A erosão dental é caracterizada pela perda progressiva e irreversível do tecido dental duro em contato com substâncias químicas sem envolver ação bacteriana.
Essa patologia pode estar associada ao consumo excessivo de bebidas e alimentos ácidos, a algumas desordens alimentares como bulimia e anorexia, alterações sistêmicas (refluxo gástrico), doença renal crônica, além de ser bastante frequente em pacientes que realizam radioterapia ou sejam portadores de síndrome de Sjögren (doença autoimune de causa desconhecida que afeta as glândulas salivares, causando boca seca).
A erosão dental começa com a desmineralização das camadas superficiais do esmalte, podendo evoluir para uma perda significativa da estrutura dental. Nosso meio bucal apresenta um pH crítico de 5,5 para o esmalte e 4,5 para a dentina. Qualquer substância ácida com pH inferior ao crítico pode desmineralizar o dente.
Desmineralização. O esmalte dental é formado por cristais minerais (97%) e o restante por água e matéria orgânica. Se o meio bucal estiver ácido esses minerais desprendem-se do esmalte e ficam na saliva. Se esse processo acontecer repetidamente, logo ficam visíveis cavidades.
A saliva possui a função de equilíbrio desse pH e é capaz de modificar a acidez da boca em cerca de 50 minutos, evitando a erosão dental, além de formar uma película protetora na superfície dos dentes. Pacientes que apresentam síndrome de Sjögren ou que são submetidos a radioterapia ou hemodiálise apresentam um baixo fluxo salivar, por isso são tão suscetíveis a erosão dental.
Os ácidos responsáveis pela erosão dental podem ser provenientes de fatores extrínsecos ou intrínsecos.
Fatores extrínsecos:
Bebidas ácidas (café, refrigerante, chá preto, vinho, cerveja)
Alimentos ácidos (limão, abacaxi, laranja, condimentos, tomate)
Alguns medicamentos (pastilhas de vitamina C, aspirina)
Substitutos salivares
Drogas (ecstasy, cocaína)
Exposição a água de piscina com cloro
Exposição a gases ácidos
Fatores intrínsecos:
Bulimia e anorexia
Refluxo gástrico voluntário (bastante comum em pacientes com alcoolismo)
Vômito crônico durante a gestação
Xerostomia
Doença do refluxo gastresofágico (refluxo dos ácidos estomacais para o interior da cavidade bucal)
6 Sinais da erosão dental.
1. Diminuição do brilho do esmalte
2. Dentes amarelados resultante da fina camada de esmalte restante da erosão
3. Ausência de placa bacteriana
4. Sensibilidade dentária.
5. Desgaste dental.
6. Transparência das bordas
Em casos mais severos podemos observar disfunção da articulação temporomandibular.
Todos esses sinais resultam em um quadro clínico ausente de estética e função e devem ser resolvidos com o auxílio de um cirurgião-dentista.
Primeiramente deve ser realizada uma excelente anamnese. Se o paciente tiver alguma necessidade médica, ele deve ser encaminhado à esse especialista de saúde a fim de realizar o tratamento necessário.
Somente após essa etapa, o cirurgião-dentista traçará um plano de tratamento restaurador visando restabelecer função, estética e equilíbrio oclusal e muscular do paciente.
Lembrando que e paciente deve ser orientado pelo profissional da área de saúde a evitar alimentos e hábitos de vida que acarretam o desgaste dental.
Sendo assim, com anamnese, planejamento e tratamento adequados, podemos melhorar significativamente a qualidade de vida de um paciente portador de erosão dental.